CARO LEITOR


       Despretensiosamente vos apresento minha obra. Sou pessoa humilde, destituída de qualquer sentimento de vaidade, tão própria dos orgulhosos que, via de regra, as ostentam com disfarçada humildade, mas que deixam transparecer um resquício de soberba como aparato à satisfação íntima de seu próprio ego. Desobrigo-me das vaidades efêmeras e passageiras, para servir de instrumento a serviço do amor ao próximo e do bem comum através das mensagens edificantes que porventura possa eu transmitir aos meus irmãos de jornada.
       Os bens e as riquezas terrestres que aqui conquistamos são inerentes ao plano em que hora vivemos. Ao sairmos desta vida seremos despojados dos títulos e das posições sociais que tão orgulhosamente ostentamos. Levaremos daqui tão somente os trunfos das obras construídas com os alicerces do amor
       A adversidade é o estímulo para que o homem se emancipe do caos em que vive submerso e emerja glorioso a colher os louros da vitória.
       Sou deveras uma pessoa simples e modesta, que se engrandece na pequenez de seus limites. Não se atingem os píncaros da glória na vastidão de um sonho. O êxito de cada ser em comum, reside na fé, perseverança e luta incessante.


                                                                                                  Írio Rodrigues



                                                O LIVRO DE DEUS


A terra nos cria,
Nos alimenta e nos come.
Ela mesma nos consome,
A vida é mesmo assim.
É a lei da natureza.
Lacaios, barões, duquesas,
A todos o mesmo fim.

Porque a morte não perdoa,
Vai levando de roldão.
Quando a nossa hora soa,
Não existe salvação.

Morre o rico, morre o pobre,
O rei, a rainha e o nobre
Nos castelos da ilusão.
Porque a vida é passageira
E a riqueza altaneira,
Ninguém leva no caixão.

Jóias raras, prata e ouro
São tão vãos estes tesouros,
Guardados com afeição
No cofre da avareza,
Por soberanos e altezas
Escravos da ambição.

Olvidaram a caridade
Que só trás felicidade
Quando estende a sua mão,
Porque ameniza o sofrimento
Dos que vivem ao relento
No mundo da aflição.

São os reis, os da luxúria,
Que desconhecem as agruras
De um mendigo sofredor,
Que anseia um gesto nobre
Do rico, do que lhe sobra,
Implorando por favor.

Um gesto de amor fraterno,
Porque vive no inferno
Da miséria e da dor.
E que irá morrer um dia
Na mais triste agonia,
Tudo por falta de amor.

E não se esqueçam os ricaços
Que a vida passo a passo
Nos conduz prá eternidade.
E que Deus, lá no infinito,
Tem no Seu livro escrito
Nossos gestos de bondade.

E por fim compensará
Os caridosos do mundo,
De sentimentos profundos,
Os voltados para o bem.
Porque a vida é transitória,
Só estes terão a glória,
De estarem com Deus no além.


 

 
                                           UMA CARTA PARA O ALÉM


Mãe, te escrevi estas  mal traçadas linhas
Para saber como te encontras, aí no além,                 
E ao mesmo tempo dar-te notícias minhas.
Sabes, mamãe, eu não vou indo muito bem,                
Estou morrendo de saudades, dia após dia.                
Não há consolo para a minha solidão.                
Desde que partiste perdi minha alegria,                  
Só há tristuras no meu pobre coração.                  
Tenho orado, implorando ao Criador                              
Que tenhas paz na hierarquia espiritual.                              
Que Ele te acolha no Seu infinito amor  
Junto dos anjos na corte celestial.   
O meu consolo, minha mãe, santa querida,                          
 
É de que um dia estaremos juntos novamente.
Quando eu morrer, renascerei prá vida
Que me unirá a ti, eternamente.
Eu vivo triste relembrando quando vinhas
Me abraçar a sorrir, como ninguém.
Feliz de quem tem na vida sua mãezinha.
Zelem por elas neste mundo, as tratem bem.                       

                                                              

                              
                            
                                                   O RETRATO DE MAMÃE


Eu me recordo de mamãe nos velhos dias
Da minha infância, e o calor de suas mãos
Me afagando a fronte, e quem diria
Que vou morrer com esta recordação.

Tenho a impressão de vê-la novamente
Ali! Ali na porta da choupana onde morei
Quando em criança, com mamãe, sempre contente,
Me abraçando a sorrir, não esquecerei.

Faz tanto tempo que ela partiu deste mundo
E mesmo assim eu não consigo esquecer.
Trago em meu peito pesares, os mais profundos,
Que entristecem os dias do meu viver.

Hoje, ao ver, pelo tempo desbotado,
O seu retrato, ali em cima do bidê,
Eu choro , recordando o passado
Mamãe! Eu já mais vou te esquecer.

Vivo tristonho a chorar nesta saudade,
Que nem o longo tempo apagou.
Tua morte foi prá mim, na realidade,
A morte de um só ser que a dois matou.
 



 
                                                            A LIÇÃO


Ontem na tarde chuvosa e fria
Vi um irmão dormindo na calçada.
Na triste prova da dor e da agonia
Mais uma alma na rua abandonada.

E ali estava o pobre homem estirado
Louco de frio, encolhido a dormir
Sobre a calçada nuns trapos enrolado,
Com os pés descalços, ao relento, a grunhir.

E até quando vamos ver tanta desgraça,
Gente nas ruas sem terem onde morar.
Pobres crianças dormindo em bancos de praças
No abandono, sem escolas e sem lar.

Será que Deus, lá no, céu esta contente
Ao ver no mundo tanta ingratidão?
Gente humilde e crianças inocentes
A mendigar, de porta em porta, um pão.

Oh ! Como é triste ver a humanidade
Sem um resquício de amor no coração.
Sem praticar o bem, a caridade.
Jesus pregou, mas creio, foi em vão.

Ele pregou o amor e a caridade
Mas acredito que tudo foi em vão.
De geração em geração a humanidade
Não aprendeu do Mestre tal lição.




                                               PORTAS TRANCADAS


Eu me abismei, confesso! Me abismei,
Ao ver as capelas mortuárias trancadas.
Quase não acreditei
A morte não matou ninguém, nem assassinada.

Será que está de férias? então pensei:
Também ela trabalha noite e dia.
Surge das sombras, é verdade, isso eu sei
De manto preto vem roubar nossa alegria.

E quando menos se espera , ela vem
E nos carrega sem dó, sem piedade,
Naquele expresso triste do além
Nós embarcamos por toda a eternidade.

A vida e a morte andam sempre de mãos dadas
E nos surpreende nos caminhos deste mundo.
Dizem até que a nossa hora está marcada
No seu relógio, que não atrasa um segundo.

Mas que fazer se a vida é mesmo assim
E não passamos de míseros mortais .
Quando a vida neste mundo chega ao fim,
Nós partiremos apesar dos nossos ais.

Mas quem for bom, ao partir deixa saudade
Entre os amigos que jamais o esquecerão.
Embora saibam que partiu prá eternidade,
Sua lembrança prá sempre perpetuarão.

Nem sei porque ao passar lá nas capelas
Naquele dia, a tardinha, eu pensei:
A gente morre, levam flores, acendem velas
Prá nossas almas, comovido, até chorei.

Depois feliz por ver as portas trancadas,
As das capelas, eu um tanto abismado
Imaginei que a morte, como eu, anda cansada,
E tirou folga neste dia, fez feriado.




                                                            A VELA


Quando o pavio da vela que ilumina a vida
Semi-aceso estava de apagando, ao sopro inexorável do destino
Reacendeu-se em meu coração a chama ardente da esperança
Irradiando luz nos recônditos confins.
Daquele túnel frio e sombrio onde eu me encontrava,
Perdido no labirinto da desesperança
A ansiar a morte dos meus dias.
Porém um raio de luz iluminou aquela porta
Estreita e obscura
Quando eu vinha ainda em meio do caminho
E ao vislumbrá-la, num esforço ingente e derradeiro
Cheio de fé prossegui minha jornada
E arrastando-me de joelhos consegui transpô-la
E um novo sol brilhou em minha vida.





                                                 AO DIVINO REDENTOR

  Almejo  que  neste  Natal  e  Ano Novo  o  Menino Jesus,  em sua forma angelical, desça  do  céu  e   num  vôo  rasante,  cubra   com   suas   brancas   asas  toda    a humanidade,  trazendo  paz  onde  haja  guerra entre os homens na face da  terra.
  Que a luz do Divino Espírito Santo  inunde os vossos corações, transformando-os em verdadeiros Cristãos,  seguindo o exemplo do Divino  Redentor, que doou  sua própria  vida  em  remição dos  nossos    pecados,  respondendo com o  perdão a  seus algozes, que o pregaram  na cruz do calvário, a dois  milênios passados,  por não entenderem sua mensagem de amor. Num derradeiro ato de  desprendimento e  resignação  volveu  o  olhos  ao  céu  e  proferiu  suas  últimas  palavras:    “ Pai! Perdoai-lhes! Eles não sabem o fazem”.

 


 


                                              SABEDORIAS   

                                                 

        Quem bule no alheio já está preso no anseio.

    O livro didático é uma rosa ainda em botão. Suas páginas são pétalas a desabrochar sabedoria.
    Use o perfume bondade e espalhe suave fragrância de amor por onde passares.
    Ante a formiga o homem é um gigante. Mas para Deus ele não passa de um anão.
    A vida é uma batalha que não cessa. Cada dia que surge é um novo dia de lutas que começa.
    Lembre-se, meu jovem, as drogas todas juntas não passam de uma droga.

 


              

                                               OBRIGADO SENHOR



Senhor do Universo!
Eu vos agradeço:
Por mais este dia sobre a face da terra.
Pelo pão que me sustenta,
Pelo sol que me aquece,
Pela sombra que arrefece  minha alma entristecida,
Pela chuva que refresca meu ser,
Pelo canto mavioso da passarada
Ao romper da clarinada
Pela fonte de água pura e cristalina,
Pelo murmúrio da cascata entre os rochedos,
Pelo luar e as estrelas brilhantes do céu.
Pelo marulhar das ondas marinhas.
Pelo reencontro diário com os amigos,
E os cumprimentos  no cotidiano.
Pelos sorrisos e apertos de mão.
Pelo beijo na fronte envelhecida,
Pelos olhares plenos de ternura.
Pelas palavras de esperança.
Pela locomoção dos braços e pernas
Com as quais prossigo minha jornada na terra.
Pela visão com a qual vislumbro
As maravilhas do mundo que criastes, Senhor!
Pelas bênçãos concedidas no dia a dia,
Pelo dom da vida,
Enfim, por tudo.
Pai! São tantas as dádivas recebidas
Que esta pequenina página
Jamais comportaria a grandeza
Do meu reconhecimento.
Obrigado Senhor!

 



                                          

                                                           MESCLA


Meus olhos irão fechar-se um dia,
Mas levarei na visão as amizades.
Como lembrança deixo a minha poesia,
Os meus poemas misturados com a saudade.

Eles dirão um tanto comovidos,
Os meus amigos, os que tanto amei,
Que jamais serei por eles esquecido,
Nem os escritos que a eles dediquei.

Partirei do mundo, desta vida
Rumando ao céu da eternidade
Com minha triste alma comovida
Levo pesar, deixo minhas saudades.

Não sou o que aparento!
O que aparento não sou.
Pelo pouco que apresento
Muita gente se enganou.

Passei na vida cantando
Quando devia chorar.
O meu pranto derramando
A sorrir, prá disfarçar.

A mente, pura magia,
Mistério, a inspiração,
Que as palavras pronuncia
No fundo do coração

Existe sofrimento e amargura
Que vivo nesta vida a ocultar
Sorrindo minha própria desventura
Porque só sei fingir,  não sei chorar.



                                                    MEU GRITO

Escrever diariamente,
Despertar e escrever
Minhas idéias insistentes,
Sempre algo a dizer.

É a transmissão Divina
Que se assoma do infinito.
Escrever é minha sina ,
Talvez seja o meu grito.

Quero ver a humanidade
Vivendo o mais puro amor,
Praticando a caridade,
Levando alívio a dor.

Meu verso não vai calar
Só mesmo quando eu morrer
Mesmo assim ei de ditar
Para um outro escrever.

Quem quiser que acredite
Eu sei donde advêm,
O meu verso é um grito
Pedindo: “Pratiquem o bem.”

 



                                                A LÁGRIMA SENTIDA

     Esta obra é uma homenagem póstuma à IROCILDA RODRIGUES, minha mãe.

Partistes, oh mãe querida,
Deixastes no meu coração
Uma lágrima sentida
A chorar na solidão.

Minha mágoa é a tua ausência
Triste dor não Ter tua voz,
Não Ter mais tua presença
Sorridente entre nós.

Dias negros, de tristura,
De saudades, são os meus,
Recordando com ternura
Os doces carinhos teus.

Mas um dia, mãe querida
Junto a ti eu estarei
E esta lágrima sentida
Nunca mais derramarei.

 



                                         DA EDUCAÇÃO E CULTURA

           A  cultura    só   é    adquirida    através  da   perseverança   e  dedicação  aos estudos. O desenvolvimento intelectual depende exclusivamente dos esforços empreendidos  pelo  aluno na sala  de  aula. Portanto,  é primazia  que  o m smo  dê o máximo de atenção às exatas elucidações  do mestre  que ali se encontra a  disposição  do  mesmo,  para  ajudá-lo  a  dissolver  dúvidas  nas  mais  variadas questões do currículo escolar. Ajudando-o a transpôr os liames da ignorância para que possa  no  porvir, vislumbrar com acurado discernimento e clareza, novas perspectivas de vida e progresso. Tornando-o  por  fim, um  exscpert  na área que lhe convir por aspiração nata. A mesma que sem sombra  de dúvida lhe  abrirá as  portas  do  sucesso e da independência  sócio  econômica  no  futuro,  tornando-o  um  cidadão  ciente  dos  deveres  cívicos e  humanísticos  para com a  sociedade e respectivamente com o seu semelhante.
     Além de  descortinar   novos  horizontes  culturais, o  mesmo estará  preparado para  viver  em  sociedade, alicerçado,  é óbvio, nos copiosos conceitos da moral e dignidade  humana, que de certa forma todos nós devemos aspirar no curso da trajetória terrena.        
      Almejo dar através desta, minha modesta parcela de contribuição à área didática e a classe estudantil. Ciente que não sou um erudito cultural, disponibilizo aqui os meus parcos conhecimentos com o intuito de bem servir as classes  e seus  afins.
      Ao  ensejo deste,  ressalto o meu  reconhecimento aos valorosos mestres da pedagogia e aos professores em geral, os quais não medem esforços para desbravarem os liames da ignorância através da alfabetização.

                                                             A estes a minha admiração e respeito.
 


 


                                              AO ROMPER DA AURORA


Rósea luz brilhou no firmamento.
Plena de esplendores vinha rompendo a aurora
Os passarinhos, aos bandos
Perdiam-se ao vento
Cortando alegres o horizonte a fora.

Cabisbaixo, caminhando a passos lentos
De alegria minhalma chora.
Com um sorrir no meu pensamento
Mas só eu sei, o mundo o ignora.

Sim! Um sorrir pleno de alegrias
Ao ver romper mais um novo dia,
O renascer de mais uma aurora.

A tarde, minhalma pesares sentia
Ao ver que o belo sol de mim fugia
Em meio as brancas nuvens, indo embora.


                                          

                                            O FILHO DA LAVADEIRA


Sou filho da lavadeira
Da serviçal, é o que sou
Minha mãe a vida inteira
Meus pensamentos lavou.

Lavou roupa numa tina
E ensinou-me a passar
Estas mensagens divinas
As quais vivo a propagar.

Com sabão lavou minh’alma
E enxaguou meu coração
Com água límpida e calma
Da bica da inspiração.

E assim fez-me poeta
Para o mundo escutar
As minhas rimas diletas
Que hoje vivo a cantar.

Dia e noite, noite e dia
Eu canto pleno de amor
Esta triste melodia
Que compus da minha dor.

A dor triste da saudade
Que em meu peito se aninhou
A minha felicidade
Ao partir ela levou.

Hoje a vida me condena
A viver sem seu amor,
Minha saudosa mãe morena
Vou cantar-te aonde eu for.




                                         NOVENTA ANOS DE GLÓRIAS


Noventa anos de glórias,
Aos Maristas, parabéns!
Nos anais da sua história
Não demora contar cem.

Seus mestres abnegados
Ensinando com amor
Desde os tempos do passado
Formando bom professor.

Ensinando os pequeninos,
A juventude em flor,
Sonho de um ser divino,
Marcelino, o fundador.

Ele amava as crianças
A exemplo de Jesus,
Alimentava a esperança
De vê-las num mundo luz.

Sonho acalentado um dia
Pelo nobre professor
Que na juventude via
Um futuro promissor.

Seu sonho concretizado,
Atravessou gerações,
São Marcelino , obrigado
Te agradecem teus irmãos.

Parabéns aos Maristanos,
São Francisco, diga amem!
Pra daqui a mais cem anos
Seus anais narrar mais cem.
                                                                   Írio Rodrigues,

                                                                   O Poeta Pobre, 2005



                               CONFISSÃO


Deus confessou-me; “Estou cansado
Desta humanidade que Eu criei.
Me aborrecem os homens
Agindo errado,
E não foi isso que os ensinei.

Queria que eles se amassem mutuamente,
Mandei Jesus ao mundo a ensinar,
Como viver na terra eternamente,
Bastava a cada um não mais pecar.

Porém, desviaram-se do caminho.
Pecaram, contrariando minha Lei,
Por isso os deixei aqui sozinhos,
Porque da humanidade me cansei”.
                                                                  Írio Rodrigues.

                                                                  O Poeta Pobre, 2005



                                               TUDO, MENOS PECAR

 
Há! Por quantos pecados eu serei condenado!
Mil, mil e um, mil e dois ou mil e três?
Não importa por quantos pecados
Eu serei condenado,
Talvez, mil e três.
Conta um tanto vultuosa e absurda

Também vive-se entre o bem e o mal,
Por que? Não sei.
E as vezes me pergunto;
O por que!

Quero emendar-me, recompor-me,
Não pecar mais, nunca mais!
santo Ser, sei que me é impossível,
Mas tentarei, eu prometo.

Se pratico uma má ação
Uma só, me envergonho, encabulo
E me escondo dentro de mim mesmo.

Se boa a ação, saio pra fora,
Me exponho desfeito em alegrias
Sorrisos largos, maior que tudo
Que existe ao meu redor.

Maior que o céu, a terra e o mar,
O dobro do universo,
Doravante farei de tudo,tudo
Menos pecar.
 


 
                                                  O ORGULHOSO


Dono de um império ele dizia;
“Sou abastado, não preciso de ninguém”
Certo de que o dinheiro compraria
Tudo o que queria, mas porém...

Porém o pobre diabo não sabia
Que o seu dinheiro não poderia comprar
Saúde e paz, as horas de alegrias
Que nem sempre o rico pode desfrutar

No suntuoso habitat, onde vivia,
O orgulhoso homem sem ninguém
Jamais pensou que precisaria
Um dia dos favores de alguém.

O homem rico, sempre bem vestido
A ostentar bens de grande valor
Entrava em seu carro convencido
Sou rico muito rico, não preciso de favor.

Bateulhe a porta a cruel desdita,
O seu orgulho rastejou no chão
E a sua vida que era tão bonita
Hoje é prantos, só desilusão.

Acometido de uma enfermidade
Ao desgraçado o Senhor mostrou
Que o seu dinheiro na realidade
Pouco valia, pois não se curou.

Pobre infeliz! É hoje um aleijado.
Se redimiu através da dor
Ao precisar de um pobre coitado
Compreendeu, também pediu favor.

Ele entendeu que a riqueza é nada.
Que o orgulho é enganador,
Que mesmo um rico no final da estrada
Não está livre de pedir favor.