QUADRINHAS, SIMPLISMENTE QUADRINHAS


Abertura

Esta seleção de quadrinhas filosóficas foi criteriosamente elaborada por mim com o intuito único e exclusivo de propiciar-lhe momentos de entretenimento e lazer. Almejo que ao adentrar no mundo mágico e fascinante da poesia o prezado leitor se deixe envolver pela fluente sensação do belo, provindo das profundezas da minha alma poética.


Quadrinhas por toda a parte,
Quadrinhas inteligentes,
Quadrinhas a nobre arte
Dos poetas, simplesmente.

Quem zomba dum semelhante
Certamente ainda não viu,
Naquele espelho gigante:
O anão que refletiu.

Não cursei a faculdade.
Sabes onde me formei?
Nas minhas dificuldades
E nas provas eu passei.

O doutor cursou direito
Dessa eu não fui capaz.
Eu sou formado a meu jeito,
Cada um sabe o que faz.

Eu também sou bacharel
Da faculdade amargura,
Sem diploma e sem anel
Mas de boa formatura.

O doutor da medicina
É um expert da dor.
Eu sou formado em rimas
Da poesia, o doutor.

Quando se ama alguém,
Esse alguém não ama a gente.
Quase sempre ama a quem
Lhe é tão indiferente.

Tormenta na poesia
Desabou o temporal
Amargura, nostalgia
O amor só me fez mal.

De tanto pensar em ti
Cada vez mais emagreço,
Quinze quilos já perdi
E o pior é que não te esqueço.

Agora que a vida passa
Sem motivo e sem razão,
Vou fumar, tomar cachaça,
Mas nunca te dar perdão.

Realidade da vida
Mentira do coração
Tu és a deusa querida
Que eu possuo na ilusão.

No crediário vendem tudo
“Leve dois, um de oferenda”
Mas não tem loja no mundo
Que tenha o amor a venda.

Eu te julguei uma santa
Ó que engano cruel!
Por fora doce que encanta,
Por dentro amargo fel.

Me apunhalaste sorrindo
Ó como foste brutal!
Até hoje estou sentindo
O aço do teu punhal.

Tive sede, pedi água
Que me deste de beber.
Um copo cheio de mágoa
Que jamais ei de esquecer.

Um tostão de alegrias
Custam um milhão de tristezas.
Se agente é feliz um dia,
Faz idéia que despesa?

Na vida somos crianças
Eternas, mas sem saber,
Adultos na semelhança,
Crianças no conhecer.

Parte o verdadeiro amor
Deixa na realidade
Nos olhos, prantos e dor,
No coração a saudade.

A noite durmo e sonho
Contigo a quem quero bem.
Depois acordo tristonho,
Quem só sonha nada tem.

Abro os olhos, vejo a vida
Fechados, só a ti vejo.
Fechar pra sempre querida
Confesso é o meu desejo.

Na rua quando tu passas
Meus olhos seguem os teus,
Teus olhos cheios de graça
São a luz dos olhos meus.

Para se colher as rosas
Se tem que cruzar espinhos.
As rosas maravilhosas
Não dão em qualquer caminho.

A cabeça é um motor
Rende força e energia.
Combustível é o amor,
Bobinas, as alegrias.

De santo e pecador
Todos temos um pouco,
Até mesmo de doutor,
De gênio, poeta e louco.

A vida é comparada,
Muito embora não pareça,
A uma gigante escada
Que se sobe com a cabeça.

Eu disse ao coração
Esquece quem não te quer
Ele respondeu que não,
Só mesmo se Deus quiser.

Minha mente não se cansa
Está sempre a procriar
Eu vivo feito criança
Nos meus versos a me embalar.

Dessa cabeça pequena
De tudo sai um pouquinho,
Mas sempre, traz da morena
Que eu gosto, um pedacinho.

Na noite, no abandono,
Por certo você reprova,
Me esqueço que existe sono
E me ponho a fazer trovas.

Madrugada, altas horas,
Estou a compor versinhos
Enquanto minhalma chora,
Cantam alegre os passarinhos.

Quando amar tenha cuidado,
Não entregue o coração,
Pra não ser crucificado
Na cruz da desilusão.

Relógio é o coração
Não tem corda e trabalha
Quando estraga, a solução
É a caixa da mortalha.

Se amo ou não a vida
Não interessa a ninguém.
Eu amando a ti, querida,
É que eu me sinto bem.

Quem não morre em criança
dá prazer na velhice.

Nos prova que esperança
Não é sinal de burrice.

Acelerador e volante
Tudo isso a vida tem,
Mas ela só vai avante
Se o condutor guiar bem.

Fumar um maço, dois, três,
Uma vida se eu pudesse
Para ver se de uma vez
O meu sonho desvanece.

Às vezes eu digo tudo.
Aonde todo o mundo fala
Os meus lábios estão mudos
Minha mente não se cala.

Uns dizem que o mundo gira
Que a terra vive rodando,
Mas isto não me admiro
São coisas de Deus passando.

A poesia é um Dom.
Se Deus dá,  ninguém nos tira.
É a voz do coração
Cantando quando se inspira.

Queria ser professor
Para ensinar a todo mundo.
A cartilha do amor
No sentido mais profundo.

Quando eu morrer Deus permita
Ser vizinho de uma flor
De uma moça bonita
Que também morreu de amor.

Para tudo existe hora:
Pra nascer ou pra morrer.
Ninguém chega ou vai embora
Antes da hora bater.

Eu disse ao coração:
Esquece quem não te quer.
Ele respondeu que não,
Só mesmo se Deus quiser.

Eu pensei que a vida fosse
Um estendal de alegrias,
Que permanecesse doce
Como nos primeiros dias.

Tormenta na poesia.
Desabou o temporal.
Saudade, melancolia
O amor só me fez mal.

Poeta que não sofreu
Que não chorou de amarguras
Não é poeta o quanto eu
Que vivi mil desventuras.

O orgulho e a vaidade
Que a humanidade se encerra,
Se extingue na eternidade
Dos sete palmos de terra.

Não ambiciones riquezas
Sê pobre, te sintas bem
Descobre na tua pobreza
A riqueza que ela tem.

De tanto andar na vida
Nos meus braços a carregar
Minhalma desiludida,
Hoje mal consigo andar.

Inverno na minha vida.
Na tua já é verão.
Muito cuidado querida
Na muda de estação.

Madrugada, altas horas,
Estou a compor versinhos
Enquanto minhalma chora,
Cantam alegre os passarinhos.

Chegou o teu novo amor
Partiu o  meu, quem diria!
Para mim há tanta dor
Para ti, tanta alegria.

Eu hei de morrer sorrindo,
Chorar, já chorei de mais.
Meu consolo é que partindo
Vou encontrar meus ancestrais.

No verso vivo a cantar
Sou igual ao passarinho,
No horizonte a voar
Em busca de outro caminho.

Há na trova que canto
Um misto de dor e alegria,
Mesmo assim eu no entanto
Vivo a cantar noite e dia.

Pernas curtas as da mentira
Quase nunca vão além
Sem que a verdade interfira,
Para o nosso próprio bem.

Se alguém tem fome e dás pão,
Que caridade sublime.
Se esperas retribuição,
Não é caridade, é crime.

Quem tem dinheiro tem tudo
Eu discordo afinal;
Conheço coxos e mudos
Vivendo no dinheral.

Criar versos é a arte
Difícil de aprender
Nós somos seres aparte
Já nascemos a saber.

Seis horas, Ave Maria
Vou fazer minha oração
Nos versos da poesia
Que é a minha devoção.

Minha arte é divina
A missão de escrever
Meus versos desfeitos em rimas,
A razão de meu viver.

Meu amor, te admiras?
É magia, tens razão.
Quanto mais longe me atiras
Mais perto do coração.

No disco grava-se a voz
Porém mais interessante ,
É a mesma gravada em nós
Ainda com alto falante.

Quando eu morrer, enterrem-me  simplesmente.
Na minha campa, um raminho de jasmim
E uma rosa perfumada, envolvente
A exalar o seu néctar  sobre mim.

No dia da despedida
Eu levar mágoas?... pois sim!
A tanto não vivo a vida,
A mesma é que vive em mim.

A noite no abandono
Por certo você reprova
Me esqueço que existe sono
E me ponho a fazer trovas.

Da faculdade da vida
Sou bacharel em amor.
Com firma reconhecida,
Meu diploma de doutor.

Meu verso, fonte de luz,
Por Deus foi iluminado.
Soldadinho de Jesus
Combatendo o pecado.

Quisera ser a pombinha
Que a pouco pousou no chão,
Ela bateu as asinhas
E sumiu na amplidão.

Se a união faz a força,
A desunião nada faz.
E por mais que a gente torça,
Sem união nada se faz.

Meu amor, ai quem me dera!
Não morrer, só pra te amar
No verão, na primavera,
Outono, inverno a sonhar.

Por amor a humanidade
Dedique-se sempre ao bem.
Praticando a caridade,
Sem nunca olhar a quem.

A distância não existe
Pra quem ama de verdade
Por isso eu vivo triste
Abraçado com a saudade.

Um que sobe, outro que desce,
Só desce quem já subiu.
A vida mais me parece
Uma escada que partiu.

Uma amizade sincera
Vale mais que um milhão.
Dinheiro gastou, já era.
Amizade é afeição.

Borboleta colorida
Da asinha multicor,
Tu voas porque tens vida,,
Não precisas de motor.

O analfabetismo é uma epidemia grave
Seus pacientes são portadores do vírus da ignorância.
É necessário erradica-los urgentemente
Com a infalível vacina da alfabetização.

A missão do professor na face da terra
É a de dissipar as trevas da ignorância,
Acendendo a lâmpada do esclarecimento
Através da alfabetização.

Na vida a maior tolice
É camuflar sem razão
A nossa própria velhice
Com os adereços vãos.

Ser poeta já me basta,
Me sinto feliz assim.
Sou descendente da casta
Que no mundo está no fim.
 





                                             OS MEUS CANTARES



Meu canto triste ressoará vida afora
Embora eu tenha me ido deste mundo
Não deixarei  minha presença ir embora
A de ficar nos meus cantares mais profundos.